Os jumentos ainda eram mais valiosos que os cavalos, porque, assim como os automóveis compactos são mais próprios para trafegar nas grandes cidades, eles se saíam muito melhor que os cavalos nos caminhos íngremes da região montanhosa de Jerusalém.
Os jumentos se sentiam superiores a todos os outros animais, porque apenas um deles em toda a história da humanidade, tinha sido capaz de falar. Quem não conhece a lição que um jumento deu a Balaão, o profeta ambicioso?
Aquele jumentinho, que nunca tinha sido montado, alimentava seus devaneios de glória e vaidade. Um dia alguém veio buscá-lo e lhe disseram que o mestre precisava dele.
Assim, foi levado ao encontro do grande mestre. Era domindo de Páscoa, Jerusalém estava lotada. Ele entrou na cidade pela porta principal e viu a multidão em delírio. Todos exultavam e lançavam as próprias vestes no caminho para que ele passasse sobre elas. O jumento ficou extasiado.
Os dias foram passando. Ele não viu mais o mestre, mas só pensava em sua segunda entrada na cidade. Sonhava que todos os seus amigos vissem sua glória e convidou os que encontrou no caminho. Ao se aproximar da cidade de Jerusalém, um deles ainda tentou adverti-lo a não ousar entrar pela entrada principal. Ele não deu bola.
Muito orgulhoso, foi empurrando as pessoas. Era como se dissesse: "Sou eu, abram caminho e comecem a gritar Hosanas!" Ele tinha pensado que toda a glória daquela outra entrada era para ele e não para o mestre. Tomou uma surra. Até hoje tem o lombo marcado.
Por isso, cada vez que conquistamos vitórias neste mundo, devemos lembrar da história do jumentinho orgulhoso e nunca esquecer a quem pertence a glória.
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