As Riquezas de Abraão


Quando Abraão deixou o Egito, sua riqueza em gado, prata e ouro era mui­tíssima. O próprio Deus, que não pode mentir, disse para Moisés registrar o fato de ser ele muito rico: "Era Abrão muito rico; possuía gado, prata e ouro" (Gênesis 13.2).
A terra onde habitava juntamente com Ló não podia sustentá-los, porque seus rebanhos eram muito grandes e a pastagem insuficiente.

Chama a atenção nessa história, o fato de os pastores de Ló entrarem em atrito com os de Abraão. Além da falta de espaço para seus rebanhos pastarem juntos, havia ainda uma outra agravante que levou Abraão a se separar de Ló: a presença dos cananeus e dos ferezeus que habitavam naquela terra.
Com certeza, estes devem ter influenciado os pastores, tanto de Abraão quanto de Ló, para o conflito. Até aqueles dias, os dois não tinham tido nenhum tipo de problema com seus pastores, mas certamente por ingerência daqueles estranhos começaram os problemas.
Essa tem sido a maior barreira no meio do povo de Deus. Quando há intrusos, imediatamente começam as divergências de opiniões e daí as divisões, dissensões e facções. O objetivo dos divergentes não é somar, mas dividir. Os cananeus e os ferezeus eram elementos estranhos à fé abraâmica; conseqüentemente eram instrumentos do inferno para criar conflitos entre os servos de Abraão e os de Ló, e assim separá-los.
Muitos, supostamente cristãos, movidos por inveja da fé alheia, procuram semear a dúvida e a discórdia, porque não têm prazer em ver o sucesso dos verdadeiros servos de Deus. Esses são os chamados "joio no meio do trigo". O Senhor Jesus nos advertiu quanto a isso(5).
Enquanto está se desenvolvendo, o joio tem a aparência do trigo, mas depois é facilmente iden­tificado, pois o trigo produz o seu bom fruto, enquanto o joio permanece como uma erva daninha, apenas se alimentando dos nutrientes da terra, sem produzir nada aproveitável.
Se não for arrancado, pode causar um tremendo prejuízo ao Reino de Deus. Portanto, é preciso vigiar incessantemente, para não ser pego de surpresa e acontecer uma grande decepção. Quantas vezes se tem tido uma visão de fé num determinado objetivo, e quando se procura dividi-la com outrem, que não teve a mesma visão, imedi­atamente, "num sentido de ajudar", este acaba por semear a dúvida?
Ora, Abraão deixou tudo pela fé e seguiu obe­decendo à Palavra de Deus. Ló o acompanhava, sob sua liderança, e o problema entre seus pastores só veio a acontecer após estarem no meio dos cananeus e dos ferezeus. Significa dizer que quando há uma crença apoiada na vontade de Deus, não se pode permitir que ninguém venha interferir, achando isso ou aquilo.
Muitos têm perdido a visão da sua terra pro­metida justamente por darem ouvidos a terceiros. Ora, quando Deus nos dá uma visão de fé, jamais podemos deixá-la escapar do coração por opinões externas. A visão da fé é algo pessoal.
Na caminhada de Abraão até o Monte Moriá, onde ofereceria seu filho em holocausto, ele foi sozinho com seu sacrifício. Nem Sara sabia o que ele tinha no coração! Nem mesmo seu próprio filho sabia que era o objeto do sacrifício! Somente Deus e Abraão tinham conhecimento do que iria acontecer naquele lugar.
Sua fé era extremamente pessoal e determinada. Não poderia, em hipótese nenhuma, ser dividida com quem quer que fosse, para não ser influenciada e então desviada. Essa era, na realidade, a maior riqueza de Abraão. Embora seus bens pessoais fossem muitos, a sua maior riqueza estava dentro do peito. Na sua determinação, crença e disposição em seguir a certeza de fé que pulsava no coração, ninguém podia tocar, porque dela dependia a sua vitória.
Assim também é a fé. A vida depende dela, segundo o próprio Deus. Se a fé é contaminada com a dúvida, obviamente ficará neutralizada; uma vez neutralizada, jamais produzirá seus frutos. E é exatamente isto o que o diabo mais deseja!
Ele sabe que a fé de Deus, ou a fé sobrenatural, é o Seu poder dentro de nós. Com ela, sobrepujamos todo o inferno; podemos entrar nele para libertar as pessoas que lá estão presas. Por outro lado, o diabo não pode tocar ou impedir a ação da fé, a não ser que esta seja inutilizada na sua fonte. Então ele procura inutilizar o poder da fé, quando lança qualquer sombra de dúvida, e esta é aceita no coração.
Por isso, muitos supostos irmãos se infiltram no meio do povo de Deus, para semear discórdias; dúvidas; medos; incertezas; enfim, uma série de "doutrinas" bem elaboradas no inferno, para confundir a mente dos iniciantes na fé.
A plenitude de convicção de Abraão era tão magnífica que, mesmo estando na liderança sobre Ló e podendo optar pelo melhor para si, ele simplesmente ignorou seu privilégio e deixou seu sobrinho escolher. E aí Abraão provou mais uma vez sua confiança em Deus.
Qualquer lugar onde ele pisasse a planta dos seus pés seria abençoado. Mesmo que lhe coubesse a pior e mais terrível parte da terra. Porque sua bênção não estava no que seus olhos viam, mas naquilo que o seu coração determinasse, onde quer que fosse.
Seu tesouro incalculável era invisível aos olhos do mundo. Se ele estivesse no meio do deserto, com esse tesouro faria surgir um oásis. Nos próximos capítulos de sua vida se pode conferir exatamente isto.




BISPO MACEDO

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